Na Internet, não tem almoço de graça: oito dicas para usar a estratégia do grátis.
Segundo Chris Anderson, autor do livro “Free: The Future of a Radical Price”, quando alguém te dar alguma coisa grátis, significa que o produto, é você. É a velha história do “não existe almoço grátis”. Mas a Internet trouxe uma nova percepção sobre coisas gratuitas. Tanto do ponto de vista das empresas quanto dos consumidores.
Do ponto de vista do consumidor, se você não é “daquela época”, deixa eu te contar como eram as coisas há alguns anos atrás: tudo pago, meu amigo. Quando ganhávamos amostrinha grátis de alguma coisa era uma felicidade. Sábado no supermercado era um acontecimento. Ficávamos torcendo pra ter lançamento de produtos e poder provarmos um monte de coisas sem pagar. Lembro de uma sorveteria perto de casa que o “moço” dava uma pazinha pra gente experimentar um ou dois sabores antes de decidir. Ninguém pedia cadastro por isso.
Aí veio a Internet. No começo davam acesso grátis, hospedagem de páginas grátis, blog grátis, e-mail grátis. Que cadastro que nada. Você preenchia qualquer coisa e pronto. Nem validavam CPF, nem pediam telefone pra te enviar um código.
Hoje a coisa está uma beleza pra quem não quer mexer no bolso. Você pode fazer anúncios grátis, enviar SMS grátis e até fazer chamadas telefônicas de graça. Tem games grátis, aplicativos grátis, eventos grátis, cursos grátis, jornais grátis, revistas grátis e livros grátis. Até filmes e músicas grátis!
Isso tudo sem falar dos softwares Open Source (de código livre). Tem plataforma de e-commerce grátis, ERP grátis, CRM grátis, editores de imagens, textos e planilhas. Tudo grátis.
Do ponto de vista das empresas, as que não souberem lidar com essa cultura do grátis, podem se complicar. Veja abaixo algumas dicas:
Sua empresa não é obrigada a dar nada de graça. A não ser que você tenha faltado àquela aula no colégio, que o professor explicou sobre oferta e demanda. Se você tem um produto de qualidade e as pessoas estão pagando por ele, porque dar?
Se for dar alguma coisa de graça, peça algo em troca. Um cadastro, um cookie, uma foto, uma opinião, uma curtida, uma postagem, um comentário, um endereço de email, um número de telefone, um percentual sobre as vendas, um questionário, um perfil comportamental.
Se prepare para ouvir exigências e reclamações absurdas. Quanto mais você oferecer, mais irão exigir. Se você der uma bolacha, vão querer um sanduiche. Se você der um sanduiche, vão querer um jantar e por aí vai. E acredite, algumas pessoas vão até reclamar que você está dando coisas de graça, por isso releia a dica 1.
Você vai atrair todo tipo de gente. Para evitar os “curiosos” crie filtros e faça validações nos formulários (CPFs, CNPJs, telefones, CEPs, etc). Em média, 40% do público que você atrai quando oferece algo de graça, não faz o menor sentido para seu negócio. Apenas 10 a 30% comprará algo de você.
Ofereça algo que realmente faça sentido. Dar coisas ruins só porque é de graça, pode até jogar contra a imagem da empresa. Nós, internautas sentimos de longe o cheiro de “enganação” e vamos contar pra todo mundo nas redes sociais. Se não tem algo relevante para oferecer de graça, siga a dica 1.
Deixe as regras claras desde o princípio. Até onde vai o grátis? Tem prazo de validade? Quantos clientes consigo cadastrar? Qual o tamanho do espaço em disco? Oferece suporte técnico? O ieal é colocar uma tabela comparativa entre o que é grátis e o que e pago.
Cuidado com a política de privacidade. Descreva detalhadamente como as informações coletadas serão utilizadas.
Capture a permissão. Se a ideia é coletar e-mails, capture a permissão das pessoas. É o chamado opt-in (aquela caixinha que diz: “quero receber ofertas e notícias sobre a empresa XPTO…”)
A cultura do grátis ganha cada vez mais força. Se você vai entrar nessa, não deixe de fazer um planejamento detalhado sobre como ganhar dinheiro com isso. Afinal, não existe almoço grátis!
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