Perfil do Profissional de Marketing Digital para Moda
Para traçar o perfil do Profissional de Marketing Digital para Moda, entrevistamos a Melissa Lesnovski, da Agência Aldeia.
Sabendo que grande parte do público que compra moda online é feminino, qual é o maior desafio em criar um relacionamento através da comunicação digital?
O maior desafio é se diferenciar ante uma oferta massiva para o público feminino e gerar desejo de compra para o público masculino. As marcas que se sobressaem apostam na verdade, na consistência e na ousadia. O desafio é sair do discurso massificado, entender que “mulher” e “homem” são classificações muito vagas para um público tão rico e diverso. Nem toda mulher é louca por compras, nem todo homem é avesso à moda. Há oportunidade para vendermos para todos, desde que consigamos entender o contexto e as motivações de cada consumidor.
Quais estratégias são utilizadas para causar maior engajamento no consumidor desse segmento nas redes sociais? As estratégias que rendem o maior engajamento mudam ao longo do tempo e de marca para marca, e é natural que seja assim. Estamos falando com pessoas, dentro de um contexto de mudança acelerada e oferta acentuada de todo tipo de mensagem. Logo, devemos abordar com cautela quais estratégias têm sucesso e quais não – o que funciona em um contexto pode não funcionar em outro.
Dito isso, a autenticidade sempre sai na frente. Marcas que se assumam, que falem a linguagem do público e que busquem estar onde seu público está sempre serão vencedoras. Às vezes, o engajamento vem de onde menos se espera: do produto. E olha que engraçado: passamos tantos anos acreditando que um conteúdo colateral faria a mágica e nos esquecemos, coletivamente, de que o produto é o touchpoint, por excelência, da marca. Quais são as histórias que poderíamos estar contando sobre nosso produto? Onde esse produto se encaixa no dia a dia do consumidor?
Para uma empresa pequena da área da moda, que está iniciando sua presença digital, quais redes sociais são mais indicadas?
Depende. Mesmo sendo uma empresa pequena, qual é o segmento que pretende trabalhar e qual o público que pretende atingir? Facebook e Instagram são quase obrigatórios, mas acrescentaria YouTube e SnapChat dependendo da segmentação da marca. Um Twitter bem trabalhado, depndendo do público, pode render muito. Não podemos nos esquecer do WhatsApp, através do qual muitos vendedores de moda se comunicam com seus clientes e, surpreendentemente, ainda é uma ferramenta subutilizada pelas marcas.
O segmento de moda no e-commerce cresceu muito nos últimos anos e continua em expansão. Quais são os principais motivos para esse grande sucesso, tendo em vista, a teórica necessidade que o público teria de experimentar as roupas?
Hoje, já é possível ter uma boa aproximação do tamanho das roupas a partir das medidas disponibilizadas nos sites. Esse motivo, aliado à troca gratuita e facilitada das roupas, tem mitigado os fatores adversos da compra online de roupas. Superados esses quesitos, as vantagens são muitas: temos muito mais oferta, variedade de estilos e condições de pagamento, não estando mais limitados à disponibilidade dentro de nossa área geográfica.
De que forma é possível concorrer em um segmento com tantas grandes empresas? A moda não é exceção: também em outros segmentos do varejo eletrônico, temos grandes players e a necessidade de compensarmos a diferença de preço que temos em relação aos grandes varejistas com mais diferenciação e, importante, adequação ao momento de nosso consumidor. Qual a importância que as peças que desenho ou produzo têm no dia a dia daquela pessoa? Como se dá a compra? É um processo mais racional, focado na utilidade do produto, ou há um componente de projeção e de ritualização dessa compra? Se eu for um player local, qual a vantagem disso, será que posso trazer conveniência para essa compra, ou até criar um significado local que um grande varejista não consiga copiar?
A comprovação de que tamanho não é documento é a ascenção de marcas como Insecta Shoes e Chica Bolacha, que possuem uma oferta bastante diferenciada, sabem muito bem para quem vendem e são competentes em se relacionarem com seus públicos. No final das contas, autoconhecimento é essencial para a competitividade.
O público masculino está mais receptivo quanto a realização de compras online ou atrair este público ainda é um desafio muito grande?
O público masculino é altamente receptivo a uma oferta que lhe traga valor, assim como o público feminino. Culturalmente, o que se considera valor para homens e mulheres são coisas diferentes, mas veremos essa fronteira se dissipar ao longo do tempo. O homem se interessa por moda e tem se mostrado cada vez mais aberto ao que lhe faça se sentir bem, confortável, socialmente validado e autêntico.
Saem na frente as marcas que superarem o estigma de que todos os homens são homogêneos em seu padrão de compras. Há que se estudar, segmentar e produzir conteúdo de qualidade para o homem ao qual a oferta de cada marca seja voltada.
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Esperamos que essa entrevista esclareça alguns pontos para você!
Bons estudos e boa sorte!
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