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Economia das conexões alavanca negócios digitais

Há pelo menos seis anos, o Gartner bate na mesma tecla: a era digital está chegando e vem impondo um ritmo completamente diferente para os negócios em termos de investimentos em TI. Hoje, ainda não podemos dizer que as empresas globais estão completamente digitais, mas com certeza elas estão no caminho certo e buscam apoio nas tecnologias disruptivas para ganharem fôlego no mercado altamente competitivo.

No segmento privado, por exemplo, a digitalização cria uma expectativa muito grande dentro das organizações. Hoje, 22% das companhias têm maior faturamento com negócios digitais e esse percentual pode chegar a 41% nos próximos cinco anos. No setor público as estimativas são ainda maiores com aumento dos atuais 42% para 77% em processos digitais até 2020.

E os CIOs têm um papel fundamental nessa transformação, principalmente para liderar a inovação dos negócios, investindo com inteligência em tecnologias que, de fato, farão sentido para as empresas e se livrar de projetos de TI que não agregam valor. O Gartner destaca a criação de uma plataforma de entrega bimodal como um caminho essencial para a digitalização. A pesquisa CIO 2016 apontou que, mundialmente, quase 40% dos gestores de TI estão na jornada bimodal e boa parte dos entrevistados planeja fazer o mesmo nos próximos três anos.

“Para uma empresa ser digital, não significa que ela simplesmente deva estar na internet. É preciso investir de maneira inteligente nas novas tecnologias a fim de reduzir os custos em áreas menos críticas e ser mais conectada. Quanto mais conexão entre pessoas e dispositivos, maior será o valor agregado ao negócio”, aponta Betsy Burton, vice-presidente e Analista Distinto do Gartner, durante coletiva de imprensa realizada hoje (20), em São Paulo.

Até o final deste ano, a TI movimentará mais de US$ 95 bilhões no Brasil com áreas que trarão um diferencial competitivo para as organizações como dispositivos móveis, serviços, data center e softwares. O comércio digital global hoje fatura mais de US$ 1 trilhão por ano e mais de 120 mil grandes empresas estão lançando iniciativas neste segmento.

TI lucrativa Na visão de Val Sribas, vice-presidente de Grupo do Gartner, esse cenário é tão impactante que atinge também o portfólio de soluções de TI de grandes players do mercado como IBM, Oracle, HP, Cisco, SAP e Microsoft. “De fato, a terceira plataforma com tecnologias como mobilidade, big data, social media, nuvem e internet das coisas trouxe uma nova realidade para essas empresas e força um trabalho a fim de superar o desafio de desenvolvimento de sistemas que suportem a era digital. É claro que esses players não vão morrer, mas eles já veem em seus retrovisores companhias como Amazon, Google e Salesforce, por exemplo, com ofertas muito atrativas de soluções disruptivas”, aponta.

Para Sribas, o software as a service e conexões com algoritmos inteligentes são modelos mais lucrativos para as grandes fornecedoras de TI. “As organizações de tecnologia que dominaram o mercado por mais de 30 anos estão sendo forçadas a mudar o portfólio. Isso cria uma dinâmica na oferta com o surgimento de novas empresas concorrentes no mercado de TI como Siemens, GE e as operadoras de telecomunicações, por exemplo”, acrescenta o executivo.

No Brasil, o atual momento político e econômico impacta essa transformação das empresas na era da digitalização. Segundo o Gartner, a maior parte desse trabalho ainda se concentra em aprimorar os processos operacionais sinalizando que um grande potencial está por vir, porém, não em 2016. “A nossa maturidade em termos de digitalização é pulverizada em diferentes verticais de mercado. Existem setores mais digitais como Finanças e Agronegócios, mas outros como Varejo e Saúde com mais dificuldade de avançar, seja pelo fôlego financeiro ou pela dimensão geográfica do País”, conclui Luis Claudio Mangi, vice-presidente de Pesquisas do Gartner Brasil.

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